sábado, 29 de junho de 2019

Dicas para construir sua oficina

Vou construir minha oficina. E agora?

A oficina é o lugar onde os sonhos acontecem... um mundo mágico à parte. É o sonho de qualquer hobista.

É nesse espaço que nos trancamos e esquecemos o mundo lá fora, os problemas e o stress. Para desespero dos nossos familiares passamos horas a fio entre ferramentas e nossos sonhos....

Ter um cantinho para poder trabalhar é muito importante. Um lugar só nosso, onde ninguém vai reclamar que está sujo, que está bagunçado, que você está lavando pincel no tanque... Se largarmos uma ferramenta sobre a mesa, lá ficará.

Então, agora você finalmente conseguiu um espaço para fazer a tão sonhada oficina... Como fazê-la para não se arrepender depois?

Uma oficina não precisa ser necessariamente grande. Cada um deve fazer no espaço que tiver disponível. Se você tiver a sorte de dispor de um espaço grande, melhor, mas se não dispuser isso não é motivo para você não ter seu canto. Há solução para tudo. Já vi oficinas feitas em varandas, quartos de empregada (eu mesmo tive várias quando morava em apartamento), depósitos de garagem, áreas de serviço, só para citar alguns lugares.

Nesse post vou abordar alguns pontos que devem ser considerados na hora de construir ou reformar um espaço para instalar sua oficina. Vou falar de uma oficina para marcenaria (meu hobby), mas as ideias servem para outros tipos de oficina: eletrônica, mecânica, serralheria, etc...

Uma boa oficina deve proporcionar:
  • Conforto para que possamos esquecer o mundo lá fora;
  • Abrigo contra intempéries: proteção contra chuva e sol, controlando a umidade, evitando que nossas ferramentas enferrujem e que nossas madeiras embolorem;
  • Boa ventilação e ar puro para respirar, livre de poeira e de gases tóxicos exalados pelas tintas, vernizes e solventes utilizados durante o trabalho;
  • Iluminação adequada, tanto durante o dia quanto à noite;
  • Isolamento acústico para evitar que o barulho proveniente de nossas máquinas nos incomode ou incomodem os vizinhos;
  • Espaço adequado para acomodar nossas máquinas, ferramentas, bancadas e materiais;
  • Energia elétrica para tocar nossas máquinas e ferramentas com segurança;
  • Layout flexível para poder ser adaptado às novas necessidades;
  • Local adequado, de fácil acesso, para o armazenamento de insumos (madeira, colas, tintas, parafusos, ferragens, etc.);
  • Espaço limpo e organizado para se trabalhar confortavelmente.
Essa seria a Oficina dos Sonhos (a minha oficina está muito longe disso)! Sei que é difícil chegar lá, mas esses pontos devem ser tomados como diretrizes de projeto e perseguidos sempre.

Se você estiver construindo uma oficina nova é mais fácil: vai fazer tudo certo desde o início; se sua oficina já estiver pronta isso pode ser implementado aos poucos. O importante é balizar suas decisões tendo em vista essas diretrizes.

Fazendo tudo certo desde o início.

Você vai construir sua oficina a partir do zero? Vai adaptar um espaço já existente? O que deve ser pensado?

Não existe nada bem feito que não tenha tido um bom planejamento antes. Não saia levantando paredes e fazendo pisos sem antes fazer um bom projeto. Há coisas que são muito simples de serem feitas, desde que no momento adequado. Se perdermos a oportunidade tornam-se inexequíveis... Lembre-se: lápis e borracha é mais barato do que pá e marreta!

Pense em tudo ANTES para evitar ter que refazer DEPOIS.

Escalímetro
A primeira coisa a fazer é saber qual o espaço que temos disponível. Desenhe em um papel na escala 1:50 ou 1:25 (é melhor) e localize as aberturas (portas e janelas). Lembre-se da escala utilizada, pois tudo terá que ser representado nela. Para não ter que ficar fazendo contas você pode utilizar um escalímetro (régua usada em arquitetura).

Uma vez delimitado o espaço disponível, faça uma lista com as coisas e recursos que deverão fazer parte da oficina. Não pense apenas no AGORA. Considere também o FUTURO.

Seguem abaixo alguns pontos importantes que deverão ser considerados:

Tanque

É muito importante termos um tanque SÓ NOSSO. Não dá certo utilizarmos o tanque de lavar roupas. A mulher vai brigar, e nesse ponto eu não tiro a razão delas. São usos incompatíveis: roupa é coisa limpa e nossas coisas são imundas, cheia de graxas e solventes (mesmo quando vamos apenas lavar as mãos).

Eu resolvi isso da seguinte maneira: tenho o MEU tanque, os MEUS panos, os MEUS produtos de limpeza (sabão, limpadores multiuso, álcool etc.), as MINHAS vassouras, os MEUS sacos de lixo... Posso usá-los do jeito que eu bem entender. Se eu resolver deixar tudo sujo de uma semana para outra não há problema nenhum. É o MEU canto. Costumo dizer que isso preserva casamento.

Dê preferência a um tanque de bom tamanho. Gosto muito desses de resina, bem quadradões, pois os de louça são grandes por fora e pequenos por dentro, além de serem mais frágeis. Não abra mão disso.

Banheiro

Um banheiro banheiro bem próximo à oficina para que evitemos usar o banheiro de dentro de casa enquanto estamos trabalhando é outra coisa desejável. Entrar em casa todo sujo e deixar manchas na toalha (depende do que estamos fazendo o sabonete do banheiro nem sempre é eficiente para tirar toda a sujeira das mãos) é mais um ponto de stress.

Caso não haja nenhum banheiro por perto pense na possibilidade de instalar um dentro da oficina. Não precisa ser um banheiro completo. Apenas um vaso sanitário, pois a pia você não vai precisar: use o tanque.

Disposição das Coisas

Faça um desenho em escala das coisas que você tem que colocar dentro da oficina:
  • máquinas
  • equipamentos
  • bancadas
  • armários
Pense também nas coisas que você ainda não tem, mas que serão adquiridas em um futuro próximo, para não ter que reformar a oficina assim que ela estiver pronta.

Vá dispondo as coisas no espaço, testando vários arranjos até chegar na melhor escolha. Lembre-se de considerar um espaçamento adequados entre as coisas para permitir a livre circulação e a operação das máquinas.

Caso o espaço não seja suficiente para acomodar tudo pense na possibilidade de colocar rodinhas em algumas máquinas ou móveis para serem movimentados com maior facilidade, liberando espaço quando não estão sendo utilizados. Consulte soluções para espaços pequenos na internet. Há muitos vídeos com soluções criativas, fazendo verdadeiros milagres com pouco espaço.

Alguns equipamentos, como compressor e coletor de pó, ficam melhor quando colocados fora da oficina, em um abrigo anexo. São equipamentos barulhentos que não precisam ficar ao nosso lado. Faça todo o esforço para conseguir isso, pois vale a pena. Procure fazer algum tipo de isolamento acústico nesse abrigo para diminuir o ruído: seus ouvidos e os vizinhos vão agradecer.

Iluminação e Ventilação

Esse ponto também deve ser pensado, pois representa conforto e salubridade (esse é um ponto fraco da minha oficina, pois ela fica em uma garagem fechada e sem janelas adequadas).

Dê preferência à iluminação natural. Caso esteja construindo sua oficina, procure dispor as janelas no alto para não perder parede. Iluminação zenital também é uma opção interessante. A iluminação e ventilação naturais elevam o astral da oficina. É muito gostoso trabalhar e ver o dia lá fora, esteja sol ou chuva. Infelizmente não tenho isso.

Além da iluminação natural é necessário pensar na iluminação artificial. O advento das lâmpadas de LED abriu um enorme leque de opções para iluminação. Eu gosto de luminárias de lâmpada tubular, pois dão uma iluminação extensa, diminuindo sombras. Isso minha oficina tem de bom: embora mal ventilada e de iluminação natural precária, a iluminação artificial é muito boa. Coloquei luminárias além do necessário (e não me arrependo). As vezes uma lâmpada se queima e não faz falta.

Acústica

A acústica do ambiente deve ser estudada sob dois aspectos: a acústica interna do ambiente e o seu isolamento. A maioria dos nossos "brinquedinhos" são barulhentos. Isso incomoda tanto nós quanto nossos vizinhos. Excesso de concreto (piso, forro e paredes) não são bons para a acústica, pois as ondas sonoras refletem e aumentam o ruído. O ideal é fazer o revestimento com materiais fonoabsorventes, mas custam caro.

No Brasil as construções são predominantemente de alvenaria, o que não é bom em termos de acústica. Lá fora, Estados Unidos, Canadá e Europa, são empregados outros materiais. Devido ao frio também são utilizadas paredes duplas, feitas de painéis cartonados com isolamento térmico entre elas. Esse material também acaba contribuindo com a acústica do ambiente.

Além da acústica interna da oficina tem que ser pensado no seu isolamento, ou seja: a oficina é barulhenta dentro, mas é bem isolada e quem está fora não ouve tanto barulho. Isso é importante para não incomodar a vizinhança, caso contrário sua vida será um inferno.

Esse problema é algo que ainda não vi alguém que tivesse uma boa solução.

Isolamento Térmico

Muita gente constrói a oficina erguendo as paredes e cobrindo com telha de fibrocimento ou uma laje, esquecendo-se que com o bater do sol isso vai virar um forno. Tenho um amigo no Rio de Janeiro que tem a oficina no sótão da casa dele. O inferno é gelado perto da temperatura que fica lá dentro, pois além da proximidade com o telhado não há uma boa ventilação. Há dias que chega em um ponto que ele ter que sair da oficina para não passar mal.

Dê preferência à uma laje coberta com um telhado. Se possível use telhas de barro que, embora mais caras, são melhores no isolamento.

Águas e Impermeabilização

Na oficina guardamos nossos tesouros. Não pode entrar água e umidade de maneira nenhuma. Eu já tive 2 inundações e vocês não imaginam o desespero causado por apenas 5 cm de água no piso da oficina. Fico pensando em pessoas que têm suas casas invadidas por mais de 1 metro de lama e esgoto.

A adequada impermeabilização das lajes, pisos e fundações ajudam a evitar goteiras e umidade nas paredes. Caso alguma parede vá ficar encostada no solo, faça uma boa impermeabilização também. Não economize nessa parte, pois o conserto sai muito mais caro. Na internet há muito material falando sobre isso.

Veja também o caminho das águas pluviais no entorno: ralos e grelhas devem possuir vazão suficiente e estar sempre desobstruídos. Não adianta nada caprichar na impermeabilização e a oficina inundar porque o quintal encheu de água.

Instalações

Uma boa oficina precisa de boas instalações.
  • instalação elétrica
  • água e esgoto
  • ar comprimido
  • coleta de pó (no caso de marcenaria)

Instalação Elétrica

Toda oficina deve ter uma boa instalação elétrica, dimensionada para possibilitar a utilização de todas as máquinas sem que isso afete a sua casa. O ideal é ter um quadro de distribuição próprio, independente do quadro da casa, alimentado diretamente da entrada de força.

Pense na possibilidade de fazer uma instalação trifásica. Há vantagens como:
  • motores trifásicos são mais baratos do que os monofásicos, pois não possuem capacitor de partida;
  • máquinas industriais normalmente são trifásicas, portanto são mais fáceis de achar no mercado de usados.
Em algumas cidades não é tão complicado e o custo da energia é o mesmo.

Dentro da oficina eu prefiro a utilização de eletrodutos externos, pois eles facilitam a alteração de layout. Instalações elétricas embutidas na parede deixam a coisa meio travada. Tenho um amigo que fez a coisa profissional mesmo, utilizando calhas e eletrodutos. As calhas, por serem abertas, facilitam o manuseio dos cabos elétricos e novas derivações.

Não vou entrar em detalhes do dimensionamento da instalação, pois deve ser feito por profissional habilitado. Esse é outro ponto que não vale a pena economizar.

Água e Esgoto

Em uma oficina só necessitaremos do básico. Teremos um tanque, um vaso sanitário (se você não for fazer o banheiro agora, mas pretende fazê-lo no futuro, deixe os pontos de água e esgoto prontos para evitar ter que quebrar o piso depois) e, talvez, ralo de piso.

Caso haja ralo no piso minha sugestão é usar caixa sifonada, e não ralo seco, pois a caixa sifonada permite recuperar alguma coisa que vá para dentro acidentalmente durante a lavagem.

Ar Comprimido

É uma coisa que toda oficina usa. O ideal é ter o compressor, independentemente do seu tamanho, instalado em algum lugar, preferencialmente em um abrigo fora da oficina, e trazer o ar comprimido para o local de uso através de uma tubulação. Isso evita mangueiras espalhadas pelo chão da oficina.

Essa instalação deve ser feita com muito cuidado, pois ar comprimido é coisa perigosa. Um compressor é praticamente uma bomba que temos dentro da oficina (já escrevi um artigo sobre compressores). Utilize sempre o material adequado. Jamais use cano de PVC para água (aquele marrom) para instalação de ar comprimido (já vi gente fazendo isso). Esses canos não suportam a pressão e estouram. Tubulação para ar comprimido pode ser de:
  • ferro
  • cobre
  • plástico (PPR - Polipropileno Copolímero Random)
A melhor delas é a de cobre, mas custa mais caro. A mais barata é a de ferro, mas enferruja. Esse é um ponto que vale a pena fazer umas contas. O custo a ser considerado é o custo total, ou seja, o custo da instalação pronta. Esse custo vai depender de fatores como material, equipamentos e mão-de-obra. E isso pode variar muito, principalmente se você for executar o trabalho.

Para fazer as conexões você precisará de ferramentas especiais para cada caso que talvez você não tenha. Para trabalhar com tubos de ferro será necessária uma tarraxa para ferro, que não custa tão baratinha quanto aquelas usadas em canos de plástico. Canos de cobre são soldados e você precisará de um maçarico. As uniões de canos de PPR precisam de uma termofusora para fazer as soldas.

Os tubos e conexões de ferro são indiscutivelmente mais baratos, mas há o custo da tarraxa se você não tiver uma. Entre fazer com cobre e PPR, a diferença maior é no preço dos tubos, pois o preço das conexões são equivalentes. Aí o que vai ser decisivo é o valor do maçarico e da termofusora. Vale a pena lembrar que entre comprar um maçarico e uma termofusora o maçarico vai ter muito mais utilidade no futuro. Termofusora só serve para fazer conexões de tubos PPR. Dificilmente você irá usar novamente. Maçarico é uma ferramenta com muito mais usos no futuro.

Moral da estória: tem que fazer as contas para saber o que mais vale a pena. Cada caso é um caso. Eu, embora tenha a tarraxa, não faria com ferro: ferro enferruja!

Coleta de Pó

Esse item é para marcenarias. Como todos sabem, a poeira nas oficinas de marcenaria são o maior problema. É uma "sujeira limpa", mas incomoda muito e faz mal à saúde. A poeira de algumas madeiras, principalmente MDF, é altamente tóxica, pois o MDF tem uma resina química que aglutina as fibras. Além disso o seu pó é muito fino.

O controle de pó em oficinas de marcenaria é objeto de livros lá fora. Também há uma grande variedade de equipamentos para tratamento do ar nas oficinas. Em terras tupiniquins dispomos apenas de coletores de pó. São equipamentos caros (quase o preço de uma serra de bancada), grandes e barulhentos, mas indispensáveis. Se você tem uma oficina de marcenaria, deve considerar a instalação de um. Embora não resolva 100% do problema, minimiza bastante. Minha oficina vive empoeirada e eu retiro toneladas de pó do saco do coletor...

A infraestrutura de coleta de pó é uma coisa que deve ser pensada na ocasião da construção da oficina. Esse é o melhor momento. Uma vez definida a localização das máquinas deve ser feito o projeto de dutos de aspiração. Há equipamentos que podem ter sua coleta feita por meio de um duto instalado na parede, mas a serra circular o ideal é chegar com um duto embutido no piso, pois  ela normalmente fica no meio da oficina, longe das paredes, e caso o duto não seja embutido (caso da minha oficina) você ficará com uma mangueira de 10 cm de diâmetro atravessada no chão. É horrível. Atrapalha muito.

Essa infraestrutura deve ser feita mesmo que você ainda não disponha do coletor de pó. Deixar uns tubos (normalmente utiliza-se tubos de esgoto, pois não temos tubos específicos para isso aqui no Brasil) embutidos no piso na hora da construção não custa muito caro. Depois do piso pronto (meu caso) fica muito difícil quebrar e embutir.

Para Encerrar

Tenha sempre em mente como você vai querer a oficina no futuro e quando for mexer em alguma coisa já faça pensando na conformação final. As vezes vale a pena investir um pouco no começo para aproveitar melhor no futuro.

Foi o que eu consegui lembrar. Se alguém tiver mais alguma sugestão, deixe nos comentários.

Dicas para tirar um parafuso emperrado.

Não existe nada mais desagradável do que parafuso emperrado na hora que estamos desmontando alguma coisa. O pior é que se a gente bobear acaba estragando a cabeça do parafuso e aí, como diria meu amigo Marcão, lascou-se!

Aí vão algumas dicas para tirar parafusos teimosos (algumas são óbvias, mas vou colocá-las mesmo assim). Vamos lá:

Use ferramentas de qualidade

Uma chave de má qualidade vai se deformar ou quebrar quando submetida ao esforço. Isso pode estragar a cabeça do parafuso, tornando o trabalho cada vez mais difícil. Uma boa chave deve ser feita de bom material, ter bom acabamento e deve possuir uma boa empunhadura que permita ser segurada com firmeza durante o trabalho.

Use a chave do tipo e na medida correta

Um erro comum e que acaba com a cabeça do parafuso, principalmente quando ele está preso e exige força, é utilizar a chave errada. A chave deve encaixar perfeitamente na cabeça do parafuso. De acordo com o tipo de parafuso (fenda, phillips, allen, torx, sextavado etc) há uma chave na medida correta. Não use chaves de fenda para tirar parafusos phillips. Um erro muito comum é usar chaves em polegadas em parafusos milimétricos e vice-versa. Outro erro é usar chaves de fenda ou phillips na medida errada. Há diversos tamanhos de pontas e deve-se usar uma chave com a ponta adequada à cabeça do parafuso.


Manuseie a chave com firmeza

Isso é importante principalmente em parafusos de fenda ou phillips. A chave deve ser pressionada firmemente contra a cabeça do parafuso para evitar que ela escape durante a torção e danifique a cabeça do parafuso e/ou a ponta da chave.

Apoie bem a peça

Esse é outro ponto importante para a prevenção de acidentes. A peça que contém o parafuso a ser tirado deve estar apoiada sobre uma superfície firme. Sempre que possível utilize um torno de bancada para prendê-la. Nunca segure a chave com uma mão e a peça com a outra, apoiando a peça nas pernas ou contra outra parte do corpo (barriga não é bancada), pois se a chave escapar você pode se furar com ela. Eu costumo dizer que todas nossas ferramentas, até mesmo uma simples chave de fenda, são perigosas se usadas da maneira errada. Ao manusear qualquer ferramenta sempre observe a direção que se está imprimindo força e não deixe nenhuma parte do corpo nessa direção, pois é para lá que as coisas vão "voar" caso haja algum imprevisto.


Use desengripantes (WD40 ou algum óleo fino em spray)

Mutas vezes o parafuso se prende por causa da oxidação (ferrugem). O uso de WD40 ou óleo ajuda bastante. Coloque o produto de dê um tempo para ele penetrar e agir.


Aqueça a peça

Aquecer a peça pode ajudar. O calor dilata o material e esse movimento ajuda a soltar o parafuso. Use preferencialmente um soprador térmico ou, na falta dele, um secador de cabelos. Evite, ou use com cuidado, maçaricos. Tome cuidado para que o calor excessivo não danifique a peça. Vá devagar (ou não vá) se a peça for sensível ao calor.

Uma dica dada pelo meu amigo Mazzini é encostar uma pedra de gelo na cabeça do parafuso após o aquecimento: o calor dilata a peça e o frio "encolhe" o parafuso, ajudando no processo de soltura.

Verifique o tipo de rosca

Alguns parafusos de máquinas, principalmente aqueles que prendem peças que giram, são de "rosca esquerda". Esses parafusos funcionam ao contrário, ou seja, eles soltam no sentido horário e apertam no sentido anti-horário. Ao tentarmos solta-lo girando-o para a esquerda na verdade estamos apertando-o cada vez mais.


Uma máquina pode ajudar

Uma boa maneira de soltar parafusos teimosos é utilizando uma parafusadeira de impacto, desde que com a ponta correta. Essas parafusadeiras trabalham dando "soquinhos" no parafuso, o que ajuda bastante. O perigo é que essas máquinas são mais fortes do que a cabeça do parafuso: o excesso de força pode decepar a cabeça do parafuso. Todo mundo que eu conheço já arrancou alguma cabeça de parafuso com uma máquina dessas.

Quebrei o parafuso e ele não saiu. E agora?

Caso isso aconteça nem tudo está perdido. Existe extrator de parafuso quebrado.
Notem que a rosca do extrator é esquerda, ou seja, ao penetrar no parafuso quebrado ela tenderá a soltá-lo

Não é fácil, principalmente porque já se está lutando com o parafuso há um tempão e ele não quer sair de jeito nenhum. Agora, quebrado, as coisas ficarão mais difíceis.

Em primeiro lugar será necessário fazer um furo no centro do parafuso com uma broca mais fina que o parafuso. Esse furo não é fácil de ser feito porque quando o parafuso se quebra a superfície nunca é plana. Furar em superfícies irregulares é sempre um desafio então, se possível, tente melhorar a superfície com uma lima. Usar uma furadeira de bancada costuma ajudar. Após feito o furo deve ser introduzido o extrator na medida adequada e ir rosqueando até que ele trave no parafuso quebrado e comece a girá-lo. Na teoria é simples; na prática não é bem assim...

Espero que essas dicas tenham ajudado. E você? Tem algum truque? Deixe-a nos comentários